arte do kaos

a possibilidade de tudo
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os mitos não são lendas para aqueles
que crêem
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são histórias localizadas no tempo
e
envolvem o sobrenatural

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deles irrompe uma realidade – outra

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o ritual transporta-nos ao mito

é dizer – revivemos através dele o mito
e
através do rito

a natureza é revitalizada e cumpre-se o objecto do ritual
– a busca da perfeição do início

o retorno implicará esse ritual

e

a “recitação” do mito

na superfície neutra do papel uma grafia que nasce do gesto incontrolado da mão
a mão que desenha perante um olhar
que observa e não intervém

há nisto um quê de gnose estética que tem como base o auto-conhecimento

essa grafia desencadeia – pode desencadear – processos transitórios de transe ou o despertar de forças subterradas nos atavismos da espécie

a incorporação da escrita na obra plástica não é novidade – faz parte integrante da história da pintura

uma questão estética

arrisquemos uma leitura alargada
não limitada

– uma caligrafia formal e plástica num contexto simplesmente semântico

arrisquemos a palavra/escrita/dita
enquanto geradora de múltiplas relações de poder

enquanto geradora do desejo

o artista/feiticeiro deverá desenvolver uma grafia capaz de libertar forças escondidas – capaz de jogar com a pluricefalia xamânica

cumprir em pleno o acto de criação tendo presente a dinâmica do caos onde

natureza
criatividade
tempo
e
acaso
são variáveis num quadro perfeitamente determinista

a relação entre
o acaso
o acto criativo
o tempo
e
a natureza

coloca o mago /artista como interveniente num ritual preciso

o qual só será concluído quando alcançada a comunhão entre natureza e projecto criado

esta acção coloca o mago na condição de manipulador de elementos capazes de estruturar a obra  – sigilo

e
ele comporta-se como um soldador de objectos onde o acaso é elemento de fundamental importância

assim os “objectos” alvo da colagem transformam-se em signos/símbolos da acção-desejo

o desejo também de anular o caracter condicionador da linguagem

a obra conseguida é para ser vista/contemplada (pelos olhos)

não para ser lida no sentido convencional – recusa de todos os condicionalismos gerados pelos signos da linguagem

a actuação do artista/mago neste ritual é espontânea

não há limitações ao rito
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o iniciado não obedece a quaisquer liturgias ou a leis ditadas por mestres

só a liberdade poderá gerar o prazer

mas o mago sabe que a natureza é a grande mãe e o caos é a possibilidade de tudo

o mesmo será: TUDO É POSSÍVEL

e
O DESEJO SERÁ CUMPRIDO se O QUE QUISERMOS
FIZERMOS

assim teremos um acto conceptual gerado por um rito

um acto pendular que se poderá resumir da seguinte forma
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abdul affi

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